ENCARNAÇÃO - A MAIOR AVENTURA DO ESPÍRITO - PARTE II
segunda-feira, 10 de novembro de 2008 « escrito por Carmen Arabela
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Agora estamos prontos para compreender a realidade humana, ou seja, aquilo que você vê, ouve, cheira, prova o sabor ou percebe através das sensibilidades do corpo. Ela é formada pelas formas que um ego, através de sua parte técnica, cria e pelas sensações que esta mesma consciência transitória dá.
É isso que é a sua vida. É essa a realidade com o qual você convive: o fruto de uma parte técnica do ego que gera formas e de uma parte emotiva que cria sensações para aquele momento.
Voltando ao exemplo do carro correndo, esta percepção é criação da parte técnica do ego e o medo é a sensação proposta como provação para o espírito. Para insuflá-lo a optar pela sensação o ego ainda vai mais longe: cria a idéia de uma iminente batida. Ou seja, para incitar o espírito a viver o medo e não com um sentimento universalista como a fé, o ego cria através da imaginação a idéia de uma possível batida, dos ferimentos que poderão advir deste acontecimento, da dor que poderá ser sentida, até a idéia do risco de vida está presente na imaginação. Assim, bombardeado por todas as idéias, para o espírito parece que aquilo é uma realidade que realmente acontecerá e não apenas uma hipótese…
Vocês sabem do que estou falando… Quantas vezes vocês já viveram uma imaginação como se fosse real, como se fosse algo líquido e certo de acontecer? Mas, tudo não passa de imaginação que tem como objetivo insuflar o espírito a apegar-se às sensações que o ego cria…
Aliás, não é só nestes momentos – quando está se imaginando o futuro – que vocês não vivem a realidade: tudo que vivem é imaginação. Sim, tudo que acontece aos seres humanos pode ser considerado como imaginação porque são criações ilusórias formadas pelo ego e não realidades…
Aí está a realidade com a qual vive um espírito ligado ao ego: a junção de uma parte técnica (formas, teatro, desenho, fantasia) com uma parte emotiva que dá sensações para o que está se vivenciando…
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Só tem um pequeno detalhe: tudo isso que falamos agora acontece em algo que o ser humano chama de “inconsciente”. O ser humanizado não vê nada disso acontecendo na sua vida dele, ele não repara na existência deste processo. Isso não é perceptível para ele. Este processo é perceptível para o espírito, mas não é para o ser humano, para o espírito humanizado para o espírito que vive o ego como se fosse ele mesmo.
Sendo assim, é preciso que o resultado deste processo aconteça de uma forma que o ser humanizado possa ter ciência, que possa ser conscientemente sabido pelo ser humano. A consciência que o ser humanizado tem do resultado do processo de formação de realidade pelo ego é aquilo que chamamos de “consciente”.
A realidade criada pela parte técnica e pela emotiva do ego é gera, então, palavras, imagens, idéias, sons que chegam à consciência do espírito humanizado sob uma forma que vocês chamam de “pensamento”.
O pensamento, portanto, é uma realidade formada pelo ego através da utilização da sua parte técnica com a sua parte emotiva e existe para dar consciência ao ser humanizado do “texto” da sua provação. O pensamento ao descrever e dar valor a um acontecimento gera uma realidade ilusória que leva o espírito humanizado a realizar a sua provação. O pensamento, portanto, é aquilo que faz com que o ser humanizado tenha consciência, noção, de uma realidade para poder fazer a sua provação.
Desta forma, posso dizer que a velocidade de um carro e a sensação de medo é traduzida em imagens, sons e idéias através de um pensamento (“meu Deus, este carro está correndo demais…”) e só então se transforma numa realidade para o ser humanizado.
O que o ser humano pensa não é a realidade, mas apenas a ponta visível (consciente) de um iceberg. É a parte visível do trabalho mental – estou usando palavras de vocês para explicar – do trabalho mental que o espírito vivencia durante a sua ligação com o ego.
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Outro detalhe ainda sobre o pensamento: não é o ser humanizado que pensa…
A criação de sons, imagens e idéias que crie conscientemente uma realidade não podem ser feito pelo espírito que está humanizado. Ele não tem capacidade de criá-los… É por isso que em O Livro dos Espíritos está dito quando Kardec pergunta se os espíritos sabem o que o ser humanizado está pensando: muito mais do que você imagina, porque freqüentemente, quase sempre, são eles que lhe dão o pensamento.
Sendo assim, podemos dizer que Deus faz o ego agir, o espírito humanizado faz a escolha sentimental e os espíritos trabalhadores fora da carne transmitem ao ser universal encarnado o resultado desta ação sob forma de pensamentos.
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Então veja. Existe todo um trabalho que ocorre no inconsciente: o ego forma uma realidade com a junção da parte técnica e da parte emotiva e o espírito escolhe um sentimento para reagir à realidade formada pelo ego. Só depois disso é que o resultado destes dois acontecimentos é transferido para o consciente através da criação de imagens, sons e idéias, ou seja, por um pensamento que é transmitido pelo espírito desencarnado ao encarnado.
Sendo assim, quando o raciocínio ou pensamento lhe diz, por exemplo, que o carro está correndo demais e que por isso pode acontecer um acidente, isso é o resultado do trabalho do inconsciente (onde o ego criou a sensação do medo e a figura que cria a ilusão da velocidade), do espiritual ou universal (onde o espírito não se libertou dessa sensação) e da ação de um ser extra corpóreo que lhe deu esse pensamento.
Deu para ficar claro? É isso que acontece no que vocês chamam de mente, consciente e inconsciente, para nascer a realidade que imaginam estar vivendo. Na verdade a velocidade do carro não é real, mas o fruto de um trabalho do ego, do espírito e dos espíritos fora da carne.
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Participante – O inconsciente aqui referido é pessoal. E sobre o consciente coletivo muito citado por Jung?
Esse inconsciente é pessoal, sim. É completamente pessoal. Por quê? Porque esse inconsciente é composto por um ego e um espírito específicos que juntos formam uma individualidade: um ser humano…
Então sim, você tem um inconsciente e um consciente que é só seu. O seu consciente é o mundo onde você, o espírito, vive e o seu inconsciente é o mundo onde existe um ego criado especificamente para você que forma realidades para que existam as suas provações…
Com relação a um ego ou consciência coletiva, isso não existe. O que existe na verdade são características de provas comuns a todos que encarnam no planeta Terra.
Vamos dizer assim: existem sensações e formas do planeta Terra que estão presentes em todos os egos humanos. Isso porque elas são os elementos de provações para os espíritos que vivem a grande aventura neste planeta.
Isto é o que vocês chamam de inconsciente coletivo: as formas e as sensações que são comuns a todos que habitam este orbe. O inconsciente coletivo do planeta Terra coletivo são as formas e as sensações que criam a aventura humana do espírito e que, portanto, só valem para este planeta.
Participante – Seriam os arquétipos?
Olha, eu vou lhe responder citando o Espírito da Verdade, sem querer nem de longe me comparar com ele: É uma questão de palavras; vocês que se acertem.
O que eu posso lhe dizer é que o planeta Terra tem uma parte técnica específica e sensações também específicas. Se você chama isso de arquétipo, inconsciente coletivo, de um campo de provas de uma determinada faixa de elevação, para mim tudo é a mesma coisa.
Participante – E o livre arbítrio inconsciente, como é que fica?
O livre arbítrio inconsciente não existe. O que existe é o livre arbítrio do espírito depois de ligado ao ego que é exercido naquilo que vocês chamam de inconsciente, mas conscientemente…
Como disse, o inconsciente é o local onde o ego se manifesta criando realidades e onde o espírito escolhe um sentimento para reagir àquela realidade. Se é assim, é aí que existe o livre arbítrio e ele é consciente para o espírito e não inconsciente.
Depois que a realidade chega ao consciente através de idéias acabou-se a ação espiritual. Por isso, não há mais livre arbítrio.
A partir do momento que o espírito se escraviza, por exemplo, ao medo, à sensação de medo criada pelo ego, terá todo raciocino baseado nesta sensação.
Depois que o ser humanizado escolhe apegar-se à sensação, não há mais como mudar. Ele só pode escolher alguma coisa antes do pensamento surgir e isso acontece libertando-se da sensação.
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Para finalizar, vale a pena lembrar que essa palestra é apenas parte de um todo. Nós não estamos hoje falando algo solto: nós estamos estudando a grande aventura do espírito que se chama encarnação. Dentro deste estudo macro chegamos agora em um momento que nós vamos ter que abandonar o conceito, a parte conceitual pré-conhecida sobre as coisas.
Na primeira e nesta segunda palestra nós conceituamos encarnação como algo completamente diferente daquilo que vocês conheciam anteriormente. Por isso, é preciso alterar sua própria conceituação para que a compreensão sobre o que direi daqui para frente não seja afetada. Para isso, vou relembrar o que já falamos.
Começamos afirmando que a encarnação é a grande aventura do espírito. Dissemos que encarnar nada tem a ver com vir à carne, mas sim ligar-se à uma consciência diferente da consciência espiritual, que chamamos de ego. Hoje estudamos a ação desse ego: estudamos como se cria realidades, como se cria o mundo que vocês vivenciam no consciente.
A partir de agora precisamos aprender como interagir com essa realidade. Não basta só saber que existe o inconsciente funcionando, pois este conhecimento não nos levará a reconhecer as provações que vivemos… Por isso, a partir da próxima palestra vamos estudar as ações que devem ser realizadas durante uma encarnação ou uma ligação com o ego para que essa aventura do espírito alcance o bom termo.
Para que vocês compreendam o trabalho que estamos realizando, vou comparar a aventura do espírito a uma humana onde se pretende caminhar na floresta ou escalar um pico. Até agora, estávamos formando um mapa: estudando a floresta ou o pico, escolhendo por onde subir…
Mas tudo isso está sendo realizado sem estarmos no local da aventura. Somente a partir da próxima palestra nós vamos nos dirigir ao local da aventura e começar a caminhar pela trilha que idealizamos para só então alcançar o destino pré-programado.
Então, eu convido a todos que quiserem, a partir desse conhecimento, descobrir o caminho para trilhar e transformar essa aventura do espírito numa realização espiritual, ou seja, chegar a bom termo na sua encarnação, a nos acompanhar na próxima palestra onde vamos falar sobre os aspectos iniciais da aventura.
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Vamos, então, continuando o nosso assunto sobre encarnação…
No primeiro dia estudamos a encarnação dizendo que ela é uma grande aventura para o espírito. Depois a definimos não como vir à carne, mas como a união do espírito com outra consciência: abandonando a sua consciência espiritual e ligando-se a uma consciência material que chamamos de ego.
No segundo dia estudamos o ego. Descobrimos que ele é formado de duas partes: a parte técnica, que cria as formas, e a parte sentimental, que dá as sensações para o espírito.
Estudamos também a realidade se cria. Vimos que a partir dessas duas bases que o ego gera, o espírito escolhe um sentimento para reagir a elas. Esta reação do espírito gera através do raciocínio a realidade que o ser humanizado espírito vive.
A partir de agora, como disse, já temos condição de começar a entender a vida humana. A entender a encarnação, a entender a aventura do espírito. Disse, ainda que se comparássemos nossa palestra a uma escalada de um pico alto, tínhamos usados os dois primeiros dias como preparativos para a jornada. Só a partir de agora, então, iríamos começar a subir a montanha realmente.
Isso foi tudo que conversamos até aqui…
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Vamos, portanto, começar a escalada…
No primeiro dia dissemos que o espírito precisa praticar essa aventura porque só aventurando-se na encarnação ele consegue aproximar-se de Deus. Esse é o objetivo da encarnação: aproximar-se de Deus. Mas o que seria essa aproximação de Deus? O que é elevar-se espiritualmente?
Pergunto isso porque estes termos são comuns na vida daqueles que se ligam à questão de religiosidade ou espiritualidade. Eles são usados comumente pelos seres humanizados, mas se perguntarmos a esses mesmos seres o que quer dizer isso, poucos saberão responder. Por isso vamos tratar desse ponto.
Para começar a falar sobre o tema afirmo: nenhum espírito está longe de Deus e precisa aproximar-se Dele.
Deus é como um pai terrestre que mesmo quando o filho não se ligue a Ele, Ele está sempre ligado ao filho. Ele sabe onde o filho está, o que ele está fazendo, como está. Sendo assim, não podemos afirmar que o espírito está longe de Deus.
Então, que história é essa de aproximar-se de Deus se o espírito não está longe de Dele? Vamos responder a esta questão…
Isso que vocês chamam de aproximação eu chamaria de sintonização com Deus. O resultado da elevação espiritual não é o aproximar-se de Deus, mas sim o sintonizar-se com Deus.
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A sintonia com Deus se dá através daquilo que vocês chamam de padrão vibracional ou faixa energética que o espírito vibra, pulsa. Sintonizar-se com Deus para o espírito é colocar a sua faixa vibracional na mesma freqüência do Pai.
Isso é a elevação espiritual. Não se trata de um aproximar-se físico de Deus, pois, como disse, o Pai não está longe do filho jamais. O espírito pode se considerar longe de Deus por não estar ligado a Ele, mas o Pai está ligado no filho e, por isso, o ser universal não está longe Dele.
A evolução espiritual, portanto, se caracteriza pela sintonia do espírito com o Pai. Caracteriza-se quando o espírito passa a vibrar sentimentalmente no mesmo padrão, na mesma freqüência de Deus.
Não estou falando em chegar a ser a Deus. Vibrar em uníssono com o Pai não leva o espírito a ser Ele. Deus vibra amor, mas Ele vibra o Amor na Perfeição. Quando o espírito sintonizar-se com Ele, vibrará amor, amará, mas este amor não será Perfeito como é o de Deus. Por isso o espírito poderá estar ligado em Deus, mas não será Ele…
Essa é a sintonia que estou falando. Mesmo que o amor do espírito ainda seja imperfeito, não seja sublime, ainda seja individualista, quando ele amar se sentirá ligado ao Pai.
Não importa se o espírito não consegue viver o Amor Perfeito, ao vibrar amor já terá se sintonizado com o Pai. Vamos dizer assim: já terá realizado a sintonia grossa com Ele. Depois é apenas uma questão de afinar essa sintonia, ou seja, de depurar a vibração ou o amor do espírito.
Isso, então, é elevação espiritual. É isso que o espírito busca naquilo que chamamos da maior aventura do espírito, ou seja, a encanação.
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Participante – Então, nós encarnamos só para amar?
Não: encarnamos para provar que podemos amar. Esse ainda é um mundo de provas, não um mundo de regeneração, ou seja, de realizar uma mudança completa. Nós encarnamos para provar que podemos amar.
Se a questão fosse ter que amar incondicionalmente em tempo integral, estaríamos devendo muito, porque a quantidade de momentos de amor puro são ínfimos perto da quantidade de momentos onde vibramos um amor individualista.
Participante – Se Deus é Onisciente porque ele precisa que provemos algo?
Boa pergunta…
Por ser onisciente, Deus sabe a capacidade de realização do espírito. É essa capacidade de realização que é submetida àquilo que chamamos de livre arbítrio. Ou seja, o espírito tem a capacidade de realizar determinada escolha, mas para realizá-la precisa tomar uma decisão.
Deus conhece a capacidade de realização do espírito, ou seja, sabe o quanto o espírito é capaz de optar por uma ou por outra forma de amar, mas o espírito não sabe. O espírito, assim como o ser humanizado estudante, imagina que conhece a matéria, mas muitas vezes seu conhecimento não é tão profundo quanto imaginava.
Por isso, no momento da provação o espírito é pego de surpresa, ou seja, reage de uma forma que não imaginava que iria reagir. Mas, Deus não é pego de surpresa: Ele, por ser Onisciente, já sabia que o seu filho iria optar pelo que optou… Sendo assim, posso dizer que Deus sabe o que o espírito vai escolher, mas você não sabe.
Se isso é verdade, na realidade o espírito não está provando nada a Deus, mas sim a ele mesmo. Portanto, a encarnação não se trata de um período de provações a Deus, mas sim a si mesmo: provar a si mesmo que aprendeu o que diz que aprendeu…
Para entender melhor o que estou dizendo, não se esqueça que o espírito encarnado não tem consciência do não amor com o qual vive. Para ele que está ligado a um ego, são justas e amorosas todas as realidades que o cria e diz que são desta forma. Só depois de desencarnado é que o ser universal terá consciência do individualismo deste amor.
Hoje para você, espírito encarnado, é muito normal só fazer o que quer, só se submeter àquilo que deseja submeter-se. Você, o espírito, não vê nisso um individualismo, mas acredita que está certo, que está sendo justo e amoroso.
Depois de desencarnado, ai terá consciência da predominância do individualismo neste amor e dirá: “Meu Deus, como não pensei nos outros? Como eu só me preocupava comigo mesmo”…
Portanto, não é a Deus que você, o espírito, precisa provar nada, mas a você mesmo. Precisa mostrar a si mesmo o quanto tem consciência de que quando se considera “o perfeito”, “o certo”, não está sintonizado com Deus.
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Vamos continuar: como se alcança a sintonia com Deus?
Pergunto isso porque, como nós vimos, sintonizar-se com Deus é amar, mas amor é uma palavrinha muito difícil para vocês. Amor é uma das coisas que o ser humanizado, o espírito humanizado, não faz a mínima idéia do que seja. Esta postura sentimental é usada no planeta Terra muitas vezes com um sentido completamente diferente do que ele tem no Universo.
Vamos, então, tentar definir o que é o Amor Universal.
O amor é o somatório de todos os sentimentos que vocês conhecem. Mas, ele se baseia em um tripé, em três aspectos sem os quais não podemos afirmar que existe amor. Vamos conhecê-los…
O primeiro aspecto é a felicidade ou alegria. Não existe amor com sofrimento; também não existe amor com prazer. Amor com prazer é posse; amor com sofrimento é masoquismo.
O amor que nós estamos definindo, ao qual vou dar o nome de amor universal ou amor incondicional, depende da existência de um estado de espírito de paz, harmonia e felicidade vinte quatro horas por dia.
Portanto, sintonizar-se com Deus é estar em paz, harmonia e felicidade durante vinte quatro horas por dia. Esta é a sintonia com Deus…
Quando você perde a paz, a felicidade ou a harmonia com o Universo (o mundo que vive), perdeu a sintonia com Deus, não está mais ligado ao Pai.
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Segundo aspecto necessário para caracterizar a presença do amor universal, a sintonia com Deus: a compaixão.
Não falo da idéia de compaixão que vocês têm (sofrer o sofrimento do outro), porque desta forma você acaba com o outro aspecto necessário: a harmonia, a paz e a felicidade. Falo da compaixão que lhe leve a ter consciência do sofrimento dos outros sem sofrer.
Por exemplo: você se rejubila quando alguém consegue possuir muita coisa ou ter uma saúde de ferro e se lamenta quando alguém não tem estas coisas. Isso não é ter compaixão, mas sim sofrer o sofrimento dos outros.
A verdadeira compaixão é caracterizada pela consciência do sofrimento do outro recebida com uma atitude equânime, com imparcialidade. Constatar o que está acontecendo dos outros sem júbilo ou pesar: esta é a verdadeira compaixão… É a consciência do sofrimento do próximo sem sofrer.
Sei que o que estou dizendo está soando estranho para vocês, está sendo recebido como “errado”. Para vocês, a existência da compaixão tem que ser marcada por sofrer junto com os outros. Se não for assim, vocês acham que deixam de ser humanos…
Mas, vocês não são humanos: são espíritos. Por isso precisam viver como tal, ou seja, portar-se como um espírito porta-se no Universo. Como o espírito ama no Universo?
Para respondermos a esta pergunta, nada melhor do que vermos como Deus faz. Isso porque o amor que Ele emana é Perfeito…
Quando Deus, através do ego, cria para o ser encarnado uma situação que é acompanhada da sensação de não gostar e, por causa disso, também do sofrer, Ele sabe que o ser encarnado que está apegado ao ego vai optar por esta sensação como real e com isso sofrerá. Vocês acham que Ele sofre por causa disso? Vocês acham que Ele fica chorando?
Vocês acham que Deus se lamenta quando tem, por exemplo, que acabar com uma vida através de uma morte trágica onde seja preciso a existência de uma sensação de dor? Que se lamenta quando precisa criar a sensação de sofrimento oriunda do não ter o que comer?
Claro que não. Ele tem a consciência de que o espírito que se apegar a estas realidades ilusórias como reais vai sofrer, mas não sofre com ele…
Por isso afirmo que essa é a verdadeira compaixão. Por isso afirmo que tem que estar sintonizado com essa verdadeira compaixão para poder sintonizar-se a Deus. Por isso afirmo que não devem vibrar em uníssono com a idéia e a sensação que o ego cria como compaixão para vocês.
Compaixão universal: este é o segundo aspecto que necessita estar presente para haver o amor universal…
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O terceiro aspecto é a igualdade. Vamos ver o que o dicionário diz sobre este termo…
Igual – O que tem a mesma aparência estrutura ou proporção. Idêntico, que tem o mesmo nível. Plano, que tem a mesma grandeza, valor, quantidade, quantia ou equivalente da mesma condição, categoria, natureza e etc.
Idêntico… Igualdade é a similitude perfeita entre todos os espíritos.
Agora essa igualdade não pode criada a partir de um modelo, ou seja, algo servir de modelo e exigir que todos sejam iguais àquele. Isso não é amor universal. Por quê? Porque, pela fundamentação individualista, os egos humanos dirão sempre que eles estão “certos”, ou seja, que eles são os modelos e que todos precisam mudar-se para ser iguais a ele para que exista a igualdade…
O aspecto igualdade do amor universal que estou falando não tem nada a ver com isso. A igualdade à qual estou me referindo é a mesma com a qual Deus convive conosco: a igualdade no sentido de ter o direito de ser diferente…
O amor universal presume que todos têm o direito de ser diferente como similitude única entre as individualidades: esse é o amor universal…
Quando o ego não dá ao próximo o direito de ser diferente dele e o espírito acredita que esta justificativa é real, certa, ele não está sintonizado com Deus. É preciso dar esse direito ao próximo, assim como Deus dá a cada um dos seus filhos, os espíritos, o direito de ser, estar e fazer o que quiser…
É aquilo que falei agora pouco sobre a Onisciência de Deus e o livre arbítrio. Deus dá ao espírito o direito de optar diferente do que Ele optaria…
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Resumindo, então, tudo o que dissemos até aqui, posso afirmar que encarnação é um processo no qual um espírito se aventura com a intenção de provar a si mesmo que é capaz de conviver com o Universo sem jamais perder a sua felicidade, sem sofrer com o sofrimento dos outros e sem exigir que o próximo se mude para o que ele acha certo. Para isso liga-se a uma consciência temporária e ilusória que lhe incita a perder a felicidade criando a idéia de que o que ele quer é certo e que os outros são errados por serem diferente dele.
Essa é, vamos dizer assim, em síntese o objetivo da encarnação, o que deve ser alcançado pelo espírito na sua aventura encarnatória.
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Participante – O espírito pode estar em sintonia com Deus e o personagem agir parecendo que não está? O personagem pode estar brigando com alguém, mas sem que haja da parte do espírito o sentimento de briga. Pode ser apenas uma briga teatral por circunstâncias?
Não, o personagem não pode viver uma sensação diferente do ato que pratica. Isso porque as formas e as sensações são uníssonas…
Agora, o espírito pode estar vendo o personagem brigar sem vivenciar o mesmo sentimento. Ou seja, o personagem está vivendo uma sensação e o espírito outro sentimento…
Personagem não é espírito: é personagem. O personagem, como dissemos, é a junção da parte técnica, ou seja, da briga, dos gestos e das palavras com uma determinada sensação. Se os atos refletem raiva, contrariedade ou qualquer outra sensação neste sentido serão elas que o personagem cultivará.
Já o espírito não precisa necessariamente vivenciar estas sensações. Ele tem o livre arbítrio, ou seja, pode vivenciá-las ou optar em viver o amor universal que acabamos de falar.
Participante – Espírito encarnado é o personagem?
Não…
Qual o seu nome?
Participante – Maria.
Esse é o nome do personagem. Espírito não tem nome, cor, sexo, raça ou religião. Ou seja, o espírito não é a Maria…
A Maria é um personagem e ela vive a sua vida a partir de uma história aliada a sensações que o ego cria. O espírito é outra coisa que vive outra realidade, quer seja em acontecimentos como na parte sentimental…
Participante – Então o espírito pode não ser contaminado pela sensação gerada pelo ego?
Isso é o resultado positivo da encarnação, ou seja, a elevação espiritual… Ele acontece quando o espírito participa da ação que o personagem está vivendo sem se prender àquilo que está acontecendo.
Vou dar um exemplo. O personagem, aquilo que você chama de você, está brigando com uma pessoa. Ele está falando, gesticulando e sentindo uma sensação. Isso não quer dizer que é você, o espírito, que está falando, gesticulando ou sentido aquela sensação. É o personagem que está…
A elevação espiritual, o seja, o bom termo da encarnação acontece quando o espírito assiste a vida humana, como Krishna ensina, ao invés de vivenciar os acontecimentos dentro da realidade que o ego está criando. Ela acontece quando o espírito se desliga das sensações e pensamentos que o ego lhe envia…
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Esta é, na prática, a aventura do espírito. A encarnação objetiva, dentro do nível que vocês vivem hoje, que o espírito prove a si mesmo que busca vivenciar só o amor. Já no próximo nível, aí então ele buscará regenerar-se…
Mas, o próximo nível não se diferencia muito do atual, já que regenerar-se significa mudar-se. Mudar o quê? A sintonia. Mudar-se para a sintonia do amor, a sintonia com a harmonia, com a paz e com a felicidade incondicional. Mudar-se para a sintonia com a verdadeira compaixão e a com a verdadeira igualdade.
Isso é o que o espírito precisa praticar durante a aventura que está vivenciando: a aventura encarnatória. Mas, o que vai resultar desta mudança? Nós já falamos: na sintonia com Deus, ou seja, na elevação espiritual.
Apesar de termos falado tudo isso, falar em sintonizar-se com Deus ou evolução espiritual ainda é muito no ar para vocês. Ainda se trata de algo ilusório, que vocês ainda não saberiam mensurar. Por isso, vamos tentar mensurar dentro de coisas que conhecem para que possam compreender melhor.
Cristo ensinou que o resultado da elevação espiritual é alcançar a “bem-aventurança”. Se buscarmos no dicionário a definição para este termo, encontraremos o seguinte: a felicidade que os santos sentem. Creio que esta definição dá a vocês que estão humanizados, ou seja, que vivem a partir de valores humanos, uma melhor compreensão do que é aproximar-se de Deus…
Buscando dentro das informações que vocês têm sobre as existências dos santos, pergunto: qual a felicidade que eles sentiam? Eu diria que se tratava de um estado de espírito de felicidade incondicional. Esta é a bem-aventurança ou o resultado da aproximação de Deus: a felicidade incondicional, aquela que nada abala e que, por isso, nunca acaba…
O espírito que se sintoniza com Deus alcança durante a sua ligação com o ego e depois dela um estado de felicidade, harmonia e paz que não será quebrado jamais. Nada o perturba ou o perturbará…
Portanto, o bom termo da aventura do espírito traz a ele a sintonia com Deus e esta realização lhe dará um estado de espírito de felicidade incondicional.É isso que o espírito ganhará ao sintonizar-se com Deus.
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Portanto, afirmamos que o bom termo da aventura encarnatória para o espírito é alcançado quando este vivencia a felicidade. E para o ser humano, qual é o bom termo de uma vida humana? Ou seja, qual o objetivo do ser humano durante a vida? Ser feliz…
Para quê que o ser humano trabalha, para quê estuda? Para quê come, namora ou casa? Para ser feliz. Tudo que o ser humano pratica pode ser considerado bom para ele se no final lhe trouxer a felicidade…
Isso quer dizer que a felicidade humana é um aval da realização do espírito? O ser humano que alcança a felicidade é sinal de que o espírito que está vivendo aquele personagem alcançou a elevação espiritual, sintonizou-se com Deus? Não…
A idéia de buscar a felicidade é, vamos dizer assim, uma lembrança da consciência espiritual. Ela existe para lembrar ao espírito que ele deve buscar a felicidade…
A felicidade humana não pode ser considerada como realização espiritual porque a que o espírito sente não está condicionada a nada, a não ser na sintonia com Deus, que descondiciona de qualquer outra coisa, enquanto que a felicidade humana está condicionada à realização de desejos e vontades. Por isso o objetivo humano e o espiritual são diferentes.
O ser humano é feliz quando acontece o que ele quer, quando ganha alguma coisa, quando quer ser feliz… Estas condições acabam com a felicidade incondicional que é aquela que o espírito sente…
A felicidade humana não é universal, mas sim individual. Ela existe apenas como satisfação e não como fruto da paz e harmonia com o mundo em que vive…
Por isso afirmo que a felicidade humana não é um sentimento que o espírito vive, mas uma sensação criada pelo ego como provação ao ser universal…
O espírito encarnado que vive ligado ao ego e que credita à sua personalidade transitória a realidade das coisas se subordina às sensações que são criadas pelo personagem e por isso acredita que a felicidade condicionada a bens materiais é real. Já aquele que compreende que ele é um espírito que está em uma aventura encarnatória, ou seja, que está ligado a um ego que está ali para lhe tentar e não para criar realidades, condiciona a sua felicidade apenas na sintonia com Deus.
A diferença entre as duas felicidades seria o que ensina Cristo quando fala na busca do bem terrestre ou celeste. A felicidade humana é um bem terrestre, porque depende de elementos materiais; já a felicidade incondicional sentida pelo espírito é o bem celeste, porque se fundamenta em elementos universais.
Sendo assim, aquele que durante a sua encarnação consegue sintonizar-se com Deus está amealhando bens no céu; já aquele que não estiver sintonizado com Deus, mas sim com o ego, com as falsas realidades que o personagem cria, está colecionando bens na terra.
Portanto, o espírito não deve iludir-se com a felicidade criada pelo ego. Deve sim compreendê-la como mais uma provação, ou seja, como mais um elemento ao qual ele precisa não sintonizar-se…
Com isso, já conhecemos o que é encarnação, o que é o processo encarnatório, já sabemos o que fazer para vencer a encarnação e já sabemos, também, o que se receberá quando nos elevarmos.
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Participante – Qual a responsabilidade do espírito se é o personagem que esta errando?
Não há ninguém que “erre”… Se eu lhe dou o direito de ser diferente e você só faz aquilo que acha certo, isso quer dizer que você está sempre certo. Na verdade, se existisse alguém “errado” no desenrolar de um acontecimento humano, este não seria o personagem, mas sim, o espírito… Vou explicar isso…
Para isso, vamos dar um exemplo: falar mal dos outros. Isso não é errado, mas sim conseqüência de haver naquele ego inveja ou de achar que sabe mais o “certo” do que o outro. Ou seja, conseqüência da existência de sensações humanas…
Por que este ego possui estas sensações? Porque elas foram escolhidas como temas de provações pelo espírito… Sendo assim, quando o personagem fala mal dos outros, ele não está errado, porque está refletindo o que o espírito escolheu para viver como provação…
Além do mais, falar mal do outro não quer dizer que ele seja… O ego quando cria uma realidade, não fala de algo real, mas apenas propõe uma situação que só se tornará real se o espírito acreditar nela, ou seja, apegar-se à realidade ilusória criada pelo ego como realidade…
Por isso a atividade humana “falar mal de alguém” não é “errada”: ela não existe. Apenas quando o espírito acredita nela como real é que ela passa a existir. Se o ser não der a ela este valor, ela nunca existirá…
Portanto, a responsabilidade do espírito é imensa. Ele é o responsável por tudo que existe de “mal” ou “errado” no mundo de vocês, pois se ele se sintonizar com Deus ao invés de ligar-se ter à ganância, inveja ou luxúria, nenhum acontecimento humano será realidade… Se o ser espiritual ligar-se à paz, harmonia e felicidade ao invés de sintonizar-se na soberba e no egoísmo, nada será real a não ser Deus e seu Amor…
Essa é a responsabilidade do espírito. Não podemos dizer que ele é o responsável pelo ato físico de uma briga entre dois seres humanos, mas podemos dizer que ele tem responsabilidade por este acontecimento, pois esta ação só se tornou real porque o ser universal viveu uma sintonia sentimental que levou o personagem a ter que agir daquele jeito.
Olha, deixe-me dizer uma coisa: espírito não tem braço, perna, boca e nem sabe falar. Tudo isso é do ser humano, é do personagem. Então, o espírito não é o responsável pela execução desses atos externos, mas é responsável pelo ato interno, ou seja, pela vivência sentimental que é caracterizado pelo pulsar sentimental, sentir.
Na verdade, quando o espírito pulsa um sentimento cria uma história para o personagem.
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Então, já ficou claro o que o espírito tem que fazer e o que ele vai receber por esse trabalho. Mas, como fazer, é o que pergunto agora?
Sintonizar um rádio ou uma televisão é muito fácil: basta mexer em um botão. Como se faz para sintonizar-se com Deus? Esta é a pergunta que vou responder agora…
O trabalho de sintonização com Deus foi chamado por Kardec e pelo Espírito da Verdade de reforma íntima. Vamos conversar sobre isso…
O é reforma? Mudança… O que quer dizer íntimo? Pessoal, de dentro…
Então o processo de sintonização com Deus é um processo de mudança interior, reforma intima.
A busca da reforma intima é muito procurada por alguns seres humanos que se ligam a questão da espiritualidade, mas eles buscam fazer essa reforma não no intimo, mas no externo. Eles se preocupam em alterar atos ao invés de buscar o seu interior.
Ao invés de ficar em casa assistindo televisão, vão para igreja, para os centros ou praticar atos de caridade e acham que com isso estão se reformando. Mas a reforma não é externa, mas interna… Não adianta nada reformar atos sem reformar o interior.
O que seria reforma do interior? Como falamos, reformar é mudar. Mas, o que é mudar o interior? Para alguém se mude, é preciso que esteja em uma posição e vá para outra. Isso se chama mudança: ser de um jeito e passar a ser de outro.
Estamos começando a compreender reforma íntima: mudança do jeito de ser interior um para um novo jeito de ser interior. Portanto, não estamos mais falando de atos, mas sim de sentimentos, de sensações…
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Agora, se ficamos presos apenas a esse conceito (reforma íntima é a mudança do interior), ainda não vamos conseguir nada. Isso porque nós não conhecemos o nosso interior.
Nós não sabemos como somos, pois não temos coragem de se enfrentar frente a frente. Não temos coragem de olhar para dentro e dizer: como eu sou egoísta…
O ser universal vivenciando uma aventura encarnatória antes de alcançar a elevação espiritual é egoísta porque a característica primária de todo ego é o egoísmo. Como este ser credita como real tudo o que a personalidade transitória cria e toda criação dela é fundamentada no egoísmo, ele se torna egoísta…
As realidades criadas pelo ego são sempre egoístas. Não importa se aparentemente o que o ser humano pratica é considerado “bom” ou “certo”, esta ação é egoísta porque é fundamentada em valores individuais. Ou seja, é executada condicionada a interesses individuais… Mesmo aquele que aparentemente serve ao outro é um egoísta, porque só serve àquele que ele acha que deve servir…
Sendo assim, para que o espírito promova a reforma do seu interior é preciso que ele compreenda que existe um padrão básico de funcionamento do ego que é a constante busca da satisfação individual, ou egoísmo…
Vou explicar isso melhor…
Como eu disse, os egos são criados de acordo com o planeta onde cada um vai viver. Esta é a norma que padroniza os egos de acordo com o que vocês chamam de mundos ou objetivos da encarnação.
Se isso é verdade, existe um padrão para o planeta Terra, que eu vou chamar de “ser humano”. Ser humano é um ego padrão para provas no planeta Terra. O ser humano não é um corpo ou um espírito: é o padrão que seguem os egos que servem aos espíritos para viver provas no planeta Terra.
Mas, qual é o padrão ser humano? Segundo o Espírito da Verdade é o egoísmo. Ele afirma isso quando responde a Kardec dizendo que o egoísmo é a mãe de todos os males dos seres encarnados.
Voltando ao nosso assunto de agora pergunto: o que é reforma íntima? Trata-se do espírito mudar o padrão humano com que vive atualmente para uma nova forma de viver.
O padrão humano tem uma forma de viver padronizada; reformar-se é vivenciar a vida de uma forma diferente do padrão humano. Esta é a reforma íntima que o espírito pode fazer e para isso ele precisa apenas deixar de creditar o valor de real às realidades criadas pelo ego.
Agora fica mais fácil a sintonia com Deus, pois ele sabe o “botão” que tem que mexer para alterar sua sintonia: no seu relacionamento com o ego. É aí que ele calibra a sintonia com Deus e não nos acontecimentos externos.
O espírito não calibra a sua sintonia com Deus praticando ações, porque isso seria uma reforma externa, mas calibra alterando o seu relacionamento com o ego.
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Participante – Porque Deus criou os espíritos?
Disseram que é para se distrair, mas isso não é verdade… Deus criou os espíritos por amor. Para quê? Para distribuir entre outros seres a felicidade incondicional.
Deus não é egoísta. Ele não queria ter só para Ele essa felicidade e quis dividi-las com outros iguais a
Ele. Sim, iguais, pois o espírito é igual a Deus… “Agora façamos o homem que será igual a nós”: é assim que está na bíblia.
Então, Deus criou os espíritos porque quis dividir a felicidade, a grandeza que é a vida nesta riqueza espiritual com outros seres.
Participante – Por favor, me explique a seguinte passagem da Bíblia: porque todo pecado e blasfêmia serão perdoados, porém a blasfêmia sobre o espírito santo não será perdoada.
Sim, todo pecado e blasfêmia que for executado contra o Pai ou o Filho (Cristo), será perdoado, mas o pecado e a blasfêmia contra o espírito santo não será. Deixe-me explicar isso…
O espírito santo são os espíritos em processo de evolução. Isso porque todo espírito é santo, mesmo aqueles que ainda não alcançaram a “santidade”, ou seja, não estão sintonizados com Deus…
Se você blasfemar contra Deus, Ele, por viver o amor incondicional não vai se preocupar em lhe penalizar. Ele vivencia a igualdade perfeita que falamos e por isso compreenderá que esse é o caminho para você chegar ao amor incondicional.
Se você blasfemar contra o Cristo, a mesma coisa. Ele também não se perturbará com isso porque já vive o amor incondicional.
Agora se você blasfemar, ou seja, falar mal – blasfemar é falar mal de uma outra pessoa – de alguém que não tenha a capacidade de lhe responder com esse amor, você estará criando uma oportunidade para essa pessoa usar o individualismo. Isso Deus não perdoa, pois você está “atacando” alguém que não sabe se defender universalmente…
Você pode fazer contra Deus, porque Ele está pronto para não se ferir com o que você fizer. Pode fazer o mesmo com Cristo que ele tem a mesma capacidade, mas outro espírito ainda não evoluído não está pronto para amá-lo universalmente, pois ainda acredita nas razões do ego como real.
É isso que quer dizer a passagem que Cristo ensinou. Faz parte do amar ao próximo como a você mesmo.
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Então, a reforma íntima consiste-se no espírito mudar o seu interior. Mas, será que o ego humano pode ajudar o espírito a realizá-la? Ou seja, será que o ego humano pode gerar o amor incondicional para levar o espírito a senti-lo? Não…
Existe um padrão de sentir para o ego de provas no planeta Terra e este padrão não contempla a existência do amor universal. A personalidade humana é incapaz de amar universalmente, mas apenas egoisticamente…
Dessa forma posso afirmar que a reforma íntima sempre se consistirá no espírito libertar-se das sensações geradas pelo ego e a reforma jamais será alcançada enquanto o espírito apegar-se a elas, por mais sublimes ou “boas” que pareçam ser…
Como já conversamos, o ego gera sensações que chegam ao consciente do espírito e ele de reagir não se apegando a elas, não acreditando que elas sejam verdades. Aí esta o trabalho da reforma intima.
Mas, porque o padrão humano de sensações não pode dar ao espírito o amor universal como elemento sentimental? Porque o fundamento de tudo que a personalidade humana cria é egoísta… Mesmo o amor pelo próximo que a personalidade humana sente é egoísta, porque não ama indiscriminadamente, mas somente àqueles que quer amar… Ou seja, condiciona o amor…
Esta é uma verdade universal, ou seja, é eterna e serve para todos. Todas as personalidades humanas, por mais que você considere uma como “boa” ou sublime, são assim, porque as sensações que os egos criam são padronizadas para o planeta Terra, ou seja, fazem parte da provação de um espírito.
Quem pode deixar de ver uma criancinha que está passando fome e não sofrer? Quem pode ver um ladrão assaltar uma casa sem ficar com raiva do ladrão e ter pena do dono da casa? Quem pode ver uma onda gigante (tsunami) como a que teve nesse planeta há pouco tempo e não sofrer com aquele desencarne coletivo? Quem pode ver o outro dizer que ele está errado, que não sabe de nada ou que não vale nada sem ter raiva deste?
Ninguém pode… São os padrões, as sensações padrões da personalidade humana à qual o espírito se liga para aquilo que foi convencionado chamar de mundo de provas e expiações…
As sensações padrões do ego para provas no mundo humano são estas e o trabalho da reforma intima consiste-se no espírito libertar-se delas, ou seja, não vivê-las como reais, mesmo que aparentemente elas sejam “certas” ou “boas”…
O espírito, ao invés de sofrer com a raiva ou com a dor, deve manter a sua felicidade; ao invés de ter pena dos outros, ter dó do próximo, deve ter a verdadeira compaixão, a consciência de que eles estão sofrendo, mas não sofrer com eles. Deve ainda usar da igualdade, ou seja, dar o direito de outro sofrer neste momento. Ele deve agir assim, mesmo que tudo lhe diga que sofrer nestes momentos é “certo”…
Aí esta a reforma intima… Aí está o caminho que precisa ser percorrido pelo espírito para alcançar o pico da aventura espiritual. Isso se chama reforma intima.
Reforma intima não é doar dinheiro, não é passar fazer caridade material sem alterar o padrão vibracional: viver o acontecimento por amor e não por pena ou dó. Fazer a caridade com igualdade, compaixão e felicidade e não mais por pena: aí está a verdadeira reforma intima.
O problema é que o espírito não se auto reconhece como ser universal: ele se imagina como sendo a personalidade à qual está ligado para a aventura espiritual. Ele não vê a ação do ego lhe transmitindo sensações, por isso não se vê como espírito que é, mas acha que o ego é ele mesmo.
Quando isso ocorre, o que acontece? O espírito se subordina ao ego, ou seja, sente pena dos outros e exige que se faça a caridade material. Com isso ele se prende à necessidade de uma reforma externa e acha que a fazendo vai sair da carne e ir direto para o céu. Pobre ser humanizado: vai continuar vivendo a encarnação no que vocês chamam de mundos inferiores porque não promoveu a reforma de dentro, a reforma do coração, a reforma do sentimento.
Ele precisa continuar em provação porque ainda vibra, se sintoniza com as sensações geradas pelo ego ao invés de sintonizar-se com Deus e amar a tudo e a todos como Deus ama.
Aliás, sobre este tema Cristo fala assim: Deus quer que nós amemos a todos como Ele nos ama. Não é desta forma que eu falei (com felicidade, compaixão e igualdade) que Ele nos ama?
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Participante – Gostaria que o senhor falasse sobre o pedir, buscar e achar?
Peça, busque e acharás… Este é um ensinamento do Cristo. Portanto, é perfeito…
Mas, pedir, buscar e encontrar o que? Ai está a diferença entre o ensinamento de Cristo e a compreensão que você tem sobre ele… O que você pede? O que você busca? O que espera achar?
A maioria dos seres humanos busca e pede bens materiais, satisfação para o ego, satisfação de desejos. Portanto, só isso poderá encontrar… Quando encontram acham que essa satisfação irá acompanhá-lo pela eternidade. Mas, essa satisfação é bem material: acaba com o desencarne…
Cristo ensinou que você deve pedir, buscar e achará o que quer, mas também disse que você colherá exatamente o que plantar. Se você buscar, pedir o bem espiritual, o amor que conversamos, é isso que vai encontrar. Agora se buscar o prazer humano, ou seja, uma felicidade condicionada a ganhos, a valores materiais, é isso que encontrará.
Agora você entende o que Cristo quis dizer: peça, busque que encontrará, mas tudo depende do que pedir. Se você sonha em realizar a sua reforma íntima, peça coisas do céu e não da Terra para poder receber algo que seja eterno…
Mas, quero colocar uma coisa. Se você apesar de agora saber o que deve pedir continuar pedindo bens materiais, qual o problema? Nenhum… Se eu disse que todo acontecimento humano é apenas prova para o espírito tanto o pedir como o receber bem material não é “errado”, mas apenas provação para um espírito…
Qual o problema, então, em ter bens materiais, ou como Cristo disse: não amealhe bens materiais? O problema é que você precisa se conscientizar que quando se opta por um dos lados da moeda é preciso abandonar outro… Lembre-se, não se serve dois senhores ao mesmo tempo.
Então se você ser humano compreendeu o quis dizer e acha que deve pedir para encontrar apenas o bem espiritual, saiba que tem que abrir mão da felicidade material, do prazer material. Se você compreendeu, mas ainda acha mais importante conseguir bens materiais – e olha que não estou falando de objetos, mas de elementos como saúde ou paz material – esqueça esta história de elevação espiritual, porque ela não é para você…
O problema é que a maioria quer o bem espiritual, mas não abre mão do bem material. Ou seja, ele quer alcançar a elevação espiritual, mas não abre mão da felicidade material, do sentir-se humanamente bem… Isso é impossível…
Na verdade, quem vive assim é hipócrita, pois diz que busca o céu, mas ainda quer para si o bem material… Aliás, esse é com certeza o grande problema do ser humano: a hipocrisia… Ele diz que quer uma coisa, mas está realmente de olho é noutra…
Por isso Cristo ensina: muitos estão buscando, mas poucos entrarão no reino dos céus.
Participante – A passagem do evangelho que diz que o escândalo é necessário mais ai daquele que provocar o escândalo seria um complemento dessa passagem que o senhor citou?
Sim, mas para a perfeita compreensão precisamos deixar bem claro o que é escândalo. Isso porque os seres humanos se baseiam nos elementos materiais para afirmar se algo é um escândalo ou não…
Vou dar um exemplo… Desculpa, mas quando eu dou um exemplo gosto de dar logo exemplo trágico para nós compreendermos que tudo é tudo. Se só ficamos no exemplozinho banal não se consegue compreender a realidade…
Vamos lá: matar alguém é um escândalo? Não.
Em O Livro dos Espíritos está escrito assim: ninguém morre antes da hora. Se isso é verdade, não há escândalo em matar.
Nenhum ato, na verdade, é escandaloso, pois toda ação nada mais do que a criação ilusória de uma personalidade temporária à qual o espírito está ligado para que este realize sua provação. Ou seja, é uma representação teatral que cria uma oportunidade de elevação para o espírito.
Mas, se o ato em si não é um escândalo e este existe como Cristo afirmou, o que é o escandaloso? O espírito escandaliza o seu mundo quando vive em uma sintonia diferente de Deus, ou seja, quando não vivencia com amor universal os acontecimentos da vida carnal…
Então, o ser humano ter ganância não é escândalo, mas o espírito vivenciar como real esta sensação escandaliza todo o Universo. O mundo espiritual liberto do egoísmo do ego se escandaliza: “meu Deus, como aquele está apegado às coisas matérias, será que ele não sabe que isso não vai durar”?
Quando o ser humano critica o outro e o espírito aceita esta sensação como real, o mundo espiritual pensa: “meu Deus, será que ele não ouviu o Cristo dizer que devemos amar o próximo com a si mesmo”… Se você ama o próximo como a si mesmo e se acha “certo”, não deveria achá-lo também “certo”?
Deixar levar pelas sensações que o ego cria: esse é o grande escândalo para o mundo espiritual…
Agora podemos voltar ao ensinamento de Cristo: o escândalo é necessário, mas ai daquele que escandalizar… Ou seja, a sensação de crítica é necessária, mas ai daquele que a vive como real, ai daquele que se apegue a essa sensação de crítica…
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Participante – É certo pedir ajuda do pai para passar pelas vicissitudes de baixa e agradecer pelas vicissitudes de alta?
Pedir ajuda a Deus para passar pelas vicissitudes de baixa: isso é “certo” ou “errado”? Não sei. Eu diria que é desnecessário.
Veja, se você precisa pedir ajuda a Deus é sinal que imagina que Ele não lhe ajuda e, por isso, é sinal de que você se sente desamparado. Mas, Deus não abandona o seu filho em momento nenhum… Sendo assim, Ele está lhe ajudando, mas você não está “vendo” a ajuda Dele. Por isso disse que é desnecessário…
Conhece a parábola “Pegadas na Areia”? Nela está bem clara a afirmação de que na hora da sua vicissitude de baixa você está sendo carregado no colo…
Então, eu diria que é desnecessário. Mais do que isso: eu diria que é falta de fé.
Agradecer a vicissitude positiva… Por que você agradeceria a Deus por alguma coisa? Porque gostou do que aconteceu, porque achou bom aquilo que ocorreu. Frente a tudo que ensinei até hoje, será que devemos agradecer a Deus quando nós gostamos do que ocorreu? Acho que não, não é mesmo?
Agradecer quando se gosta e pedir ou pedir a Deus que afaste de si o cálice da vida são provas de fé, provas de que você está julgando o que Deus faz. Aliás, só em você ter uma vicissitude que diga positiva e outra que afirme ser negativa, já mostra a falta de sintonia com Deus.
Veja… A crença na existência de uma vicissitude positiva ou o acontecimento da vida que ele agrada já denota uma conivência com o ego, pois é ele que diz que tal coisa é “boa” e que você deve ficar feliz com isso.
Fundamentado nesta premissa, o ego cria a idéia de que o espírito deve dizer “obrigado meu Deus”. Mas, obrigado por quê? Porque se exaltar quando a vicissitude é considerada positiva? Equanimidade: esta é a resposta para tudo que denota a sintonia com Deus…
Você tem que viver as supostas ondas contrárias de vicissitudes que o ego cria de uma forma reta. Ou seja, sem ver “bom” nem “mal” nas coisas…
Portanto, nada temos a agradecer, porque nada é “bom” e nem precisamos pedir ajuda porque Ele está ajudando o tempo inteiro…
Participante – Comentário de Sai Baba: “em vez de encher a sua cabaça com erudição e conhecimento livresco é muito melhor encher o seu coração com amor”. Linda frase que vem de encontro ao que continuamente é dito aqui…
Sim, o conhecimento adquirido através do estudo não leva a lugar nenhum. Mas, apesar disso eu continuo ensinando coisas. Por que ajo assim?
Para ser fiel a isto que ensino, deveria chegar aqui e dizer: ame, ame a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo; ame a tudo e a todos. Se dissesse isso teria dito tudo o que eu tenho para dizer. Mas, infelizmente vocês não sabem o que é amor…
Por isso continuo vindo aqui e falando. Mas, não faço isso para construir nada, mas sim pregando a destruição. Repare bem que eu não falo para construir nada: tudo o que digo tem como objetivo destruir os seus padrões.
Ajo assim porque com a destruição dos seus conceitos acaba o seu amor conceitual (o que é “bom” ou “mal”) e daí você pode alcançar o amor universal. Só a destruição do velho pode levar ao amar verdadeiramente: isso não se consegue através de construção com novos estudos.
Participante – Então é dar atenção ao ego e só ao ego?
O que é dar atenção só ao ego? Dizer que existe vicissitude “ruim” e “boa”. Aquele que dá atenção apenas ao que o ego diz vive as realidades criadas por ele como reais…
Então, é ao contrário: é não dar atenção ao ego. A elevação espiritual se consegue quando não se dá atenção ao ego.
Portanto, se o ego diz que a vicissitude está “ruim”, ao invés de buscar em Deus ajuda para “melhorar”, lute contra ele: não acredite na idéia que a personalidade transitória está lhe lidando. Se o ego diz que a vicissitude é “boa”, não agradeça a Deus, mas lute contra o ego para não acreditar no “bom” que ele está criando…
Participante – Embora seja desnecessário pedir força ou agradecer, parece que fazer isso dá alento, dá mais força… Parece um desabafo…
Sim…
Participante – O senhor concorda com o que eu disse?
Sim… Eu concordo que apesar de desnecessário, pedir ou agradecer a Deus aparentemente dá alento, força… Parece ambíguo, mas não é…
Eu concordo como que você diz por que sei que nesta etapa de evolução vocês ainda precisam disso… Aos poucos vocês vão se desligando desta necessidade, mas, no momento, ainda não podem se desligar totalmente disso… Por isso respondi que não é “certo” ou “errado”: é desnecessário…
Por isso vou falar um pouco mais sobre este tema…
Pedir ou agradecer não é “certo” ou “errado”. Agora, para quem se diz buscador de Deus, o que adianta ficar pedindo ajuda a Deus e sentir-se ajudado diversas vezes por dia?
É assim que vocês vivem: a cada momento que surge uma vicissitude negativa pedem ajuda a Deus. Sentem-se ajudado e se esquecem da presença Dele. Quando surge uma nova vicissitude têm que pedir ajuda novamente…
Guarde com sigo a presença de Deus ao seu lado; mantenha-O sempre perto de você: esse é o grande desafio. Se você não precisa pedir ajuda a Deus, mas mesmo assim acha necessário para a sua vida, peça, mas quando sentir a presença de Deus ao seu lado auxiliando-o, mantenha acessa esta chama mais algum tempo: este é o grande desafio da reforma íntima…
Sendo assim, o pedido que o ego cria é instrumento para a elevação espiritual. Ele lhe proporciona a oportunidade de sentir-se ligado a Deus e, com isso, lhe dá a chance de lutar para manter esta ligação em seu coração.
Por isso não disse que é “certo” e nem “errado”: o que eu disse é que é desnecessário para aqueles que compreendem a verdadeira ação de Deus ajudando o espírito a cada segundo.
É o mesmo processo de alguém que é introspectivo e que quando bebe fica expansivo. Como ele credita à bebida o seu novo estado de ser, quer sempre estar sintonizado com ela…
O buscador de Deus é a mesma coisa. Quando ele descobre que como é gratificante viver em comunhão com Deus, busca sempre sentir-se ligado ao Pai.
Quando este ser, que sabe da glória que é viver unido ao Pai não mantém a ligação depois que aparenta estar resolvida a vicissitude negativa, o ego cria, então, a idéia de um novo pedido para que o ser busque ligar-se ao Senhor.
Por isso disse que não é “certo” nem “errado”, mas apenas um instrumento da elevação do ser…
Participante – É como uma criança que sabe que o pai esta o seu tempo todo ao seu lado, mas quando está com problemas vai pedir ajuda, mesmo sabendo que o pai iria ajudar do mesmo jeito. Acho que é uma carga de sentimento de criança.
Sim, é um ato infantil.
Eu acho que já está na hora de amadurecermos… Nós já não somos mais crianças, espiritualmente falando: estamos em um processo de mudança de padrão de encarnação, ou seja, passando da infância para a juventude. Na juventude temos que amadurecer.
Por isso não adianta nós ficarmos nos justificando que agradecer e/ou pedir é bom para nós. Lembrem-se: a criança que acha que é bom ser criança jamais amadurece…
Então, é preciso ter a consciência de que isso é um processo infantil e desejar amadurecer-se. Se não fizermos isso, vamos ficar adulto criança.
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Então, neste estudo que intitulamos de “Encarnação - A grande aventura do espírito”, vimos a definição de encarnação e evoluímos nele conhecendo o ego e o processo de ligação com ele ou a encarnação propriamente dita. Estudamos sobre o ego: o que é, como ele se forma, como age.
Hoje vimos o que é reforma intima, ou seja, o que é a luta contra o ego, o caminhar na encarnação. Descobrimos, também, o que cada um vai receber quando alcançar a elevação espiritual. O que precisamos agora é compreender os instrumentos para essa luta, para essa mudança interna.
Precisamos ver como fazer para deixar de usar a ganância e começar a usar o amor universal; para deixar de usar a raiva e começar a usar o amor universal; para deixar de usar individualismos e começar a usar amor universal.
Asa “armas” para conseguir realizar isso é o conteúdo do todo ensinamento que trouxemos em sete anos de conversas e palestras e será o trabalho que vamos começar…
A partir da próxima palestra vamos falar das armas para essa luta…
Porém, não se esqueçam do que ensinou Cristo: eu não vim trazer a paz, mas a espada. A espada que vamos ver a partir da próxima palestra deve servir para você lutar contra o ego e não contra os outros. Copiando o mestre, digo que eu também nunca trouxe a paz para ninguém, mas vim conversar sobre a espada que Cristo ensinou, para que cada um possa executar essa luta que nós chamamos de reforma intima.
Enfim, a partir da próxima conversa vamos falar sobre os instrumentos que o espírito precisa usar para promover a sua mudança de padrão humano para atingir o padrão espiritual.
FONTE:
http://projeto2012.wordpress.com/
Por Carmen Arabela às 04:18